Nos visita hoy en "Salón del Trono" nuestro siempre caro amigo D. Rui Santos Vargas, Académico Fundador de la Academia de Falerística de Portugal, Académico y Delegado en
Portugal de la Federación de las Academias de Historia Militar Terrestre de Brasil y
Correspondiente de la Academia de Letras de Rondônia (Brasil).
Y lo hace obsequiándonos con un interesante y emotivo artículo de su autoría, dedicado al Conde de Barcelona, don Juan de Borbón y Battemberg.
Muito obrigado, meu caro amigo, pelo artigo:
O Conde de Barcelona
e Portugal
Homenagens Públicas
Rui Santos Vargas[i]
O Conde de Barcelona,
D. Juan de Borbón y Battenberg, tinha uma estreita relação com Portugal.
La Familia Real en Cascais
Decorria
essa relação do longo exílio que o trouxe, com a família, na década de 40 do
século XX, ao Estoril (Concelho de Cascais). Esse exílio duraria até 1977, após
Espanha e Portugal terem alterado os seus regimes políticos, e o seu filho
ocupar o trono que fora do seu Augusto Pai, e que D. Juan de facto nunca
ocupara.
Cascais
e a sua sociedade devolvia-lhe o carinho e afecto que a presença do Conde de
Barcelona gerava e que ainda hoje, 24 anos após o seu passamento, ainda
persiste na memória de todos quantos beneficiaram do seu convívio.
As
instituições do Estado, enquanto representantes do entendimento e dos afectos
dos portugueses, traduziram em homenagens aos Condes de Barcelona todo esse
sentir.
Recordemos
de seguida algumas dessas homenagens públicas.
Ordem Militar de Cristo
Banda y Placa de Gran Cruz de la Orden Militar de Cristo
A
12 de Setembro de 1986, o Presidente da República de Portugal[ii],
Dr. Mário Soares, deslocou-se especialmente a Espanha para condecorar[iii] o Conde de
Barcelona, D. Juan de Borbón y Battenberg, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de
Cristo, o mais elevado grau desta Ordem que visa “distinguir destacados
serviços prestados ao País no exercício dos cargos que exprimam a actividade
dos órgãos de soberania ou na Administração Pública, em geral, e na
magistratura e diplomacia, em particular”[iv].
Na
cerimónia que decorreu na Embaixada de Portugal em Madrid, e na presença de
S.M. D. Juan Carlos I, o Conde de Barcelona recebeu a característica banda
vermelha da Grã-Cruz de Cristo sobre o seu uniforme de Almirante Honorário[v] da Armada de
Espanha. Esta condecoração assinala assim os serviços prestados pelo Conde de
Barcelona a Portugal, e reconhece o seu papel de Rei de Espanha por direito e
Chefe da Casa Real como funções de soberania.
El Conde de Barcelona con la Banda de Gran Cruz de la Orden Militar de Cristo, flanqueado
por D. Juan Carlos I y por el Dr. Mário Soares
É
de realçar, ainda, que a origem remota da Ordem Militar de Cristo é a mesma da
Ordem de Montesa, ou seja, as suas origens residem na Ordem do Templo extinta a
1312, pelo Papa Clemente V. E o Conde de Barcelona não ficaria decerto
indiferente a este facto, visto que à época desempenhava as honrosas funções de
Decano Presidente del Real Consejo de las
Ordenes Militares e no seu uniforme trazia bordadas as quatro cruzes dessas
Ordens Militares (Santiago, Calatrava, Alcântara e Montesa), como expressão de
apreço e consideração pelos seus desempenhos históricos.
El Conde de Barcelona con su hijo, D. Juan Carlos I, y con su nieto, D. Felipe VI. Don Juan de Borbón porta las cruces de las cuatro Órdenes Militares Hispánicas (Santiago, Calatrava, Alcántara y Montesa)
Câmara Municipal de Cascais –
Toponímia e Arte Pública
Em
termos toponímicos, Cascais tem duas referências a D. Juan de Borbón. A Avenida Conde de Barcelona é uma
artéria com 1200 metros
de comprimento, que começa na Rua do Poço e que termina numa rotunda denominada
precisamente de Praça Condes de
Barcelona. É no tabuleiro central desta praça que se localiza um monumento
muito especial.
Placas viarias en honor del Conde y de los Condes de Barcelona
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A
arte pública de Cascais, a 19 de Setembro de 1997, viu ser inaugurado um busto
de D. Juan de Borbón. A cerimónia presidida pelo Dr. Jorge Sampaio, à época
Presidente da República, contou com a presença da Infanta Dª. Pilar, para além
das autoridades locais e da população cascalense.
São
reveladoras as palavras que Jorge Sampaio proferiu no seu discurso aquando do
descerramento do busto:
“Em
Don Juan de Borbón, aprenderam os
portugueses a admirar e a respeitar um Homem íntegro, dotado de uma riquíssima
personalidade, um exemplo para todos quantos lutavam pela liberdade e pela
justiça.
[…]
A História deu-lhe
razão.
E no momento em que
via o seu sonho realizado, soube dar-nos mais uma insigne lição de modéstia, de
clarividência política e de sentido de Estado.
Mas, no Conde de
Barcelona, tiveram sobretudo os portugueses um grande Amigo; um Amigo sincero e
leal, nos bons e nos maus momentos; um Amigo que nos conhecia como poucos, que
nutria por nós um carinho muito especial, um Amigo que muito nos honrou e muito
nos sensibilizou com a sua amizade.”
Porém,
a 12 de Setembro de 2000, a
arte pública de Cascais ficou ainda mais rica. Durante a sua 3.ª visita de
Estado a Portugal, o Rei D. Juan Carlos, acompanhado pela Rainha Dª. Sofia,
inaugurou uma estátua dedicada à memória dos seus pais, na Praça Condes de
Barcelona. Por trás das estátuas do casal, em bronze, o conjunto monumental é
composto ainda por um mural onde, para além das armas do Conde de Barcelona e
do Município de Cascais lavradas na pedra, consta a seguinte inscrição:
HOMENAGEM DO MUNICÍPIO DE CASCAIS
AOS CONDES DE BARCELONA
D. JUAN DE BORBON E Dª MARIA DE LAS MERCEDES DE
BORBON
E SEUS FILHOS
PILAR, JUAN CARLOS, MARGARITA E ALFONSO
QUE VIVERAM NO ESTORIL NO PERÍODO DE 1946 A 1977
DEIXANDO AOS CASCALENSES PERENE RECORDAÇÃO
DE SIMPATIA, SIMPLICIDADE E HUMANISMO.
CASCAIS 12 DE SETEMBRO DE 2000.
Monumento a los Condes de Barcelona, en la Plaza de su mismo nombre, en Cascais
SS.MM. don Juan Carlos I y doña Sofía el día de la inauguración del monumento
Para Terminar
A feliz estátua dos
Condes de Barcelona representa um casal já idoso, mas interpreta uma postura de
toda uma vida. De pé, sempre de pé, D. Juan apoia a sua mão direita no ombro de
Dª. María de las Mercedes. Olhando de frente, fita o horizonte e o mar. Na baía
de Cascais espraia-se um mar português que o acolheu.
[i] Académico Fundador da Academia Falerística de Portugal, Académico e
Delegado em Portugal da Federação das Academias de História Militar Terrestre
do Brasil e Académico Correspondente da Academia de Letras de Rondônia –
Brasil.
[ii] O Presidente da República Portuguesa é por inerência de funções Grão-mestre
das Ordens Honoríficas Portuguesas.
[iii] Apesar da entrega de insígnias ter sido efectuada em 12.09.1986, o
agraciamento tem data de 31.01.1986.
[iv] Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 132/85, de 30 de Abril.
[v] A 4 de Dezembro de 1988, o Governo de Espanha promoveu o Conde de
Barcelona a Capitão-General da Armada Espanhola.
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