103º ANIVERSARIO DEL REGICIDIO DE S.M. EL REY DON CARLOS I DE PORTUGAL Y S.A.R. EL PRÍNCIPE HEREDERO DON LUIS FELIPE
El próximo 8 de febrero se conmemorarán los 103 años del vil asesinato en el Terreiro do Paço de Lisboa del Rey Carlos I y de su heredero el Príncipe Don Luis Felipe. Un asesinato que buscaba sin duda el fin de la Monarquía en Portugal.
El pasado martes 1 de febrero de 2011 en la lisboeta Iglesia de la Encarnación, y bajo la presidencia de SS.AA.RR. los Duques de Bragança, tuvo lugar la Santa Misa en sufragio de las almas de S.M. y S.A.R.
"Salón del Trono" recoge la información relativa al acto y reproduce algunos de los pasajes de la homilía pronunciada con tal ocasión por el Reverendo Padre Gonzalo Portocarrero de Almada.
"No 1º de Fevereiro ao final da tarde a Igreja da Encarnação foi pequena para acolher as centenas de patriotas que quiseram marcar presença ao lado da Família Real Portuguesa na homenagem a SS.AA.R.R., El- Rei Dom Carlos e do Príncipe Real Dom Luiz Filipe por ocasião do 103º aniversário da passagem do seu cobarde assassinato no Terreiro do Paço. A emotiva cerimónia religiosa foi presidida pelo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada cuja Homilia pode ser lida:
....A dimensão íntima de um drama nacional
Já depois de curada a hemorroíssa que, com a sua extemporânea intervenção, atrasou Nosso Senhor no seu caminho para casa de Jairo, «vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: “A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?” Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: “ Não temas; basta que tenhas fé”» (Mc 5, 35).
Impressiona a frieza como é comunicada ao desconsolado pai a morte da sua filha de doze anos: os próprios amigos, que lhe transmitem a dolorosa notícia do óbito, censuram a sua insistência junto do Mestre, única esperança para o seu amargurado coração paterno. O que para alguns mais não é do que um acontecimento brutal é, para os seus mais próximos familiares, causa de um imenso desgosto. Neste sentido, a dimensão nacional ou política do regicídio, de tão funestas consequências para a História de Portugal, não deve levar a esquecer a dimensão mais propriamente familiar do terrível drama que, com aquele duplo crime, se abateu sobre a nossa Família Real.
Numas Notas absolutamente íntimas sobre aquele trágico acontecimento, El-Rei D. Manuel II conta que sua augusta Mãe, logo que saiu da carruagem em que jazia El-Rei D. Carlos e agonizava o Príncipe D. Luís Filipe, gritou «com uma voz que fazia medo: “Mataram El-Rei! Mataram o meu Filho!”» (D. Manuel II, Notas absolutamente íntimas, 21-5-1918, cit. in Miguel Sanches de Baena, Diário de D. Manuel e estudo sobre o regicídio, Alfa, Lisboa 1990, pág. 51). Não há palavras que possam traduzir a dor daquele duplo luto de quem acabara de presenciar, indefesa, ao assassínio do marido e do seu filho primogénito. Ferida por uma tão grande mágoa, a Rainha subitamente desfaleceu, caindo no chão, mas logo se ergueu, «quase envergonhada por ter caído» (Idem, págs. 52-53), segundo o relato do seu filho sobrevivente, então já, de facto, Rei de Portugal, que depois afirma: «Quem dera a muitos homens terem a décima parte da coragem que minha Mãe tem. Tem sido uma verdadeira mártir!» (Idem, pág. 53). Entretanto, chegou a Rainha Dona Maria Pia que, dirigindo-se à Senhora Dona Amélia, disse: «Mataram o meu filho!». A que a Rainha respondeu: «E o meu também!» (Idem, pág. 52).
Talvez aos políticos interesse, sobretudo, a situação política decorrente do regicídio, no complexo estudo das suas causas e efeitos nacionais e internacionais. Talvez os historiadores se ocupem do facto, no âmbito mais alargado da evolução colectiva deste povo que, não obstante os seus momentos gloriosos, conhece também páginas manchadas pelo sangue dos mártires da Pátria, como certamente foram El-Rei D. Carlos e o Príncipe Real. Talvez os juristas se interessem sobretudo pela decorrente questão penal e ajuízem a responsabilidade criminal dos executores do acto e das associações secretas que agiram por seu intermédio. Talvez o público se satisfaça com a notícia alarmista, o escândalo mediático, o relato mais impressivo e chocante do tão sensacional acontecimento mas, uma vez ultrapassada a sua palpitante actualidade, logo cai no ingrato esquecimento da grei, que arrasta consigo, como foi o caso, a total impunidade dos seus responsáveis.
Se o regicídio foi uma tragédia nacional, foi também e principalmente um drama familiar. Se nenhum bom português pode ser alheio a esta convulsão política e social, nenhum cristão pode ficar indiferente ante a tragédia que o regicídio representou para a Família Real que, por ser a primeira da nação e a que melhor encarna a nossa memória e identidade, é também, de algum modo, a família de todos nós......
.......Homenagem às Rainhas de Portugal
Ainda a este propósito, permita-se-me uma breve alusão ao papel fundamental desempenhado pelas Rainhas de Portugal, sobretudo como exemplo de fidelidade matrimonial e de dedicação maternal. Outros exaltarão as suas virtudes patrióticas, bem como as suas obras de benemerência, mas não é menos digna de menção a sua tantas vezes heróica dedicação à família, quer na fidelidade aos seus compromissos matrimoniais, tanto mais meritória quanto nem sempre os casamentos régios se realizavam por iniciativa dos nubentes, quer ainda na instrução, com o seu exemplo e a sua palavra, de ínclitas gerações de Infantes de Portugal.
Embora não atingidas pelos disparos dos regicidas, as Rainhas Dona Maria Pia e Dona Amélia foram, ainda que incólumes, umas das principais vítimas do regicídio. Ambas Rainhas sofreram, respectivamente, a morte de filhos seus, tendo a Senhora Dona Maria Pia perdido também um seu neto e a Senhora Dona Amélia, seu augusto marido.
Dois significativos gestos atestam o heroísmo maternal destas duas últimas Rainhas, que o regicídio irmanou na mesma saudade e dor.
Quando, a 2 de Outubro de 1873, a Senhora Dona Maria Pia passeava, no sítio do Mexilhoeiro, com os seus filhos, uma onda arrebatou o Príncipe Dom Carlos, então com dez anos, e o seu irmão, o Infante Dom Afonso. Sem se deixar intimidar pela fúria da maré, a Rainha atirou-se de imediato à água, para salvar os seus filhos, pondo também em risco a sua própria vida. Os três vieram a ser salvos pelo ajudante do faroleiro da Guia, que foi por este motivo condecorado com a Torre-e-Espada, tendo sido também atribuída uma medalha à Senhora Dona Maria Pia. A coragem deste seu gesto foi a razão que levou à projecção de um monumento em seu louvor, muito significativamente denominado Afeição de Mãe. A estátua não chegou a ser erguida, mas o seu modelo, em barro, ainda se conserva no Palácio Real da Ajuda (Rui Ramos, D. Carlos, Círculo de Leitores, Rio de Mouro 2006, pág. 32).
Por sua vez, a atitude da Senhora Dona Amélia, por ocasião do regicídio, não poderia ter sido mais valerosa. Ante o estrondo dos disparos, que irromperam, segundo o relato de D. Manuel II, «como numa batida às feras», «uma perfeita fuzilada» (D. Manuel II, Notas absolutamente íntimas, 21-5-1918, cit., pág. 49), a Rainha não só não se amedrontou – como a grande maioria dos presentes, que, apavorados, fugiram à desfilada – como se pôs de pé na carruagem, dando assim o corpo ao manifesto. Quereria, decerto, defender os seus, nem que fosse a troco da sua própria vida. Ficou para a História a sua reacção patética, bramindo o ramo de flores que, no cais, momentos antes, lhe tinha sido oferecido por uma sua afilhada, ao mesmo tempo que gritava: «Infames, infames!» (Rui Ramos, D. Carlos, Círculo de Leitores, Rio de Mouro 2006, pág. 316). A infâmia dos que traiçoeiramente abateram, pelas costas, El-Rei, foi o pedestal de que a Providência se serviu para elevar este imperecível monumento ao heroísmo desta Rainha de Portugal, esposa e mãe mártir (D. Manuel II, Notas absolutamente íntimas, 21-5-1918, cit., pág. 53).
No esteio das suas augustas antecessoras, e em especial destas duas últimas Rainhas de Portugal, a Senhora Dona Isabel tem sido um extraordinário exemplo de virtude cristã, prestando deste jeito um inestimável serviço à Instituição e a Portugal. Bem haja, Alteza Real, por este vosso eficacíssimo apostolado que, não obstante a sua silenciosa descrição, é sonoro pregão dos ideais cristãos! Aceitai a nossa homenagem pela vossa fidelidade aos valores espirituais que, desde a sua fundação, nortearam este Reino que é de Maria e que é vosso e que, juntamente com o Senhor Dom Duarte, tão dignamente representais. Queira Deus que todos quanto se revêem neste mesmo ideário se comprometam, de acordo com o exemplo de Vossas Altezas Reais, a honrar os seus compromissos cristãos e familiares, na certeza de que, deste modo, não só prestam um valioso serviço à pátria e à Casa Real, como contribuem principalmente para a construção do Reino de Deus....."
Nuestro agradecimiento y simpatía a los Blogs: Familia Real Portuguesa y Real Associaçao de Lisboa por las informaciones y fotografías recibidas. Muito obrigado.
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